Um belo dia - um dia muito belo de verdade - a gente tem a "graça" de ser Mãe. Não que eu ache isso uma obrigação, muito pelo contrário! Mas para mim, desde muito cedo, ser Mãe era meu maior projeto de vida! Sim, era maior do que todas as vontades que eu já tinha tido na minha vida! Juntas! E então esse dia chegou...e foi muito mágico! Quando recebi meu primeiro presente Divino - Minha Menina - toda envolvida num delicado lençol azul, com um gorrinho protegendo a cabecinha e os olhos curiosos, percebi que minha vida jamais seria a mesma...
E assim foi na segunda vez...um suspiro longo de felicidade quando vi seus olhos tão brilhantes. Ah, esses olhos! Brilham uma luz profunda e amorosa! Meu Menino, meu segundo presente Divino!
E então parece que a vida da gente pára! Vivemos intensamente e exclusivamente a troca da fralda, as mamadas, os banhos, a troca de olhares, o carinho...Nasce um amor maior do que qualquer outro sentimento já experimentado. Bom, pelo menos foi o que aconteceu comigo! E acho que sim, algumas mulheres realmente “falecem” de amor pelos seus Pequenos.
Alguns anos se passam (tomara que sejam apenas “alguns”) e num feliz dia olhamos para o lado e não reconhecemos a pessoa que dorme ali...bem ali do nosso lado! As pessoas mudam dia-a-dia. Nunca são iguais ao dia anterior. E quando paramos de observar e vivenciar essa transformação, parece mesmo que estamos ao lado de um estranho.
Pior ainda é quando nos olhamos no espelho e perguntamos: “Oi! Te conheço”? NÃO! Não nos conhecemos mais...não encontramos mais todas aquelas qualidades que tínhamos antes, tantas coisas que gostávamos em nós!
E então desaba uma avalanche de sentimentos, dúvidas, tristezas. Dá vontade de voltar e fazer tudo diferente! Impossível.
A verdade é que quando nos tornamos mães, adquirimos mais 4879273 responsabilidades...o nosso tempo parece se esvair dando conta de tantas atribuições...e, caso não tomemos MUITO MUITO MUITO cuidado, a vida nos leva para um caminho bem diferente do que planejamos, desejamos ou sonhamos! O caminho das cobranças, o caminho da culpa. Sim, porque a culpa é gigante! É quase que necessário uma casa extra para abrigá-la! Culpa por não ser a Mãe perfeita, a Profissional excepcional, a Dona-de-casa fantástica, a Amiga presente, a Filha atenciosa, a Irmã amorosa, e por aí vai....Ah, a Mulher...a Esposa...nossa!!! Onde ela se escondeu?
Se escondeu no meio do furacão. Se escondeu não porque quis, mas porque se esqueceu de aparecer!
E então, depois de anos vivendo como dois estranhos a relação chega ao fim. Porque???? Porque???? Simplesmente porque as pessoas mudam...evoluem (as vezes é bem verdade que não), mas nunca serão as mesmas deixadas lá atrás. NUNCA! E quando a gente se olha percebe um mar de distância. E você não o reconhece...e acha que não ama mais aquela pessoa esquisita! Entendo porque tantos casamento acabam nessa fase!
Sorte de quem percebe o sinal de alerta cedo, ou pelo menos, em tempo! E que bom notar que, apesar de não ser aquele o homem que conhecemos, o “estranho” pode ser ainda mais interessante. Ver a beleza desse novo homem é, também, um presente Divino!
Agradeço sempre o feliz dia que olhei para o lado e dei de cara com meu “estranho”. Foi o início do reencontro comigo mesma e a revelação de um amor ainda mais profundo!
Com muito amor ao meu “estranho” Nando,
Lu
A Felicidade é algo que todos buscam, que ela mora ao lado todos sabem, mas são poucos os conseguem ver que isso é muito mais do que uma retórica! Te amo minha Lua cheia de amor!
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