Sete anos atrás eu escolhi ficar em casa!
Escolhi trocar o trabalho na empresa dos sonhos por fraldas melecadas de cocô...Sim, eu trocava TODAS! Amava cada uma delas.... (e olha, está tudo bem se você não ama, se você odeia ou tem nojo, somos todas mães incríveis!)
Escolhi os brinquedos espalhados pelo chão, as birras, as manhas, as mamadeiras sem fim...
Escolhi também ouvir pela primeira vez as palavras mais e menos doces,
Escolhi enxergar pelo retrovisor os olhinhos brilhantes lendo as primeiras palavras vistas pelo vidro do carro,
Escolhi prestar atenção total e absoluta no quanto aquelas pequenas mãos preenchiam a minha...e perceber ano a ano como a minha ia diminuindo...
Escolhi ser menos eu e completamente vocês!
Escolhi tudo isso ouvindo o meu coração, me entregando àquele desejo que eu sentia desde tão pequenina. Que sorte a minha poder fazer essa escolha! Que sorte...
Depois de 7 anos chegou a hora de escolher novamente...
Escolhi sair de casa! OMG
Escolhi os dias corridos...
Compras pela internet, lavanderia leva e trás, banho & tosa com delivery, pouco sono, muita preocupação!
Escolhi os dias mais compridos, os finais de semana que não chegam...
Escolhi também mais dias de salto alto e maquiagem, menos tempo na cozinha, mais no computador!
Escolhi ser mais eu! Mas nunca, em momento algum, escolhi ser menos vocês!
E estou entendendo, finalmente, que isso é sim possível!
Então hoje eu escolhi escrever...
E escrevendo, sozinha, consegui chorar todas as lágrimas acumuladas desde o "enter" na nova escolha.
Não choro agora porque estou triste, tão pouco choro de felicidade!
Choro por perceber que toda escolha deixa algo para trás!
Por entender aqui, na flor da minha pele, como nós, mulheres, sofremos com essas escolhas que muitas vezes precisamos fazer!
Choro também porque ao longo desses anos entendi a crueldade da palavra julgamento.
Fui julgada e julguei também...quem nunca, levanta a mão AGORA!
Mas hoje, percebo que somos todas muito diferentes, em momentos diferentes da vida, com informações/vontades/possibilidades diferentes; cada uma com seu mar de sentimentos e, incrível, cada uma com suas infinitas, ímpares qualidades!
Somos todas muito mulheres e muito diferentes!
Depois de tanto desabafo, com os canais lacrimais aliviados, deixo aqui:
meu ombro para você que precisa chorar pela escolha dolorida;
minha admiração para você que está vibrando com o novo emprego;
meu amor para você que carrega seu bebezinho no ventre ou já nos braços;
minha amizade para você que quer conversar sobre as doçuras da infância;
meu colo para quando você (melhor, seu pequeno) sair da primeira infância (vai ser FODA amiga!);
minha taça de vinho pra você que quer pegar sua malinha e sumir no mundo!
E, por fim, meu pedido de socorro nesse caminho de explosão hormonal da pré-pré-adolescência!
Acima de tudo, deixo meu chapéu para todas vocês, mulheres maravilhas!
Que têm coragem e determinação de viver as suas verdades!
Que enfeitam com diversidade o nosso mundo!
Tamo junto! Nas lágrimas, nas gargalhadas ou nas tacinhas de prosecco!
Lu